sábado, 26 de junho de 2010

O Extramental e a Mentalidade no Processo Histórico - II


As grandes transformações começam com pequenas alterações em nossos afazeres cotidianos.

Como vimos no post anterior, no exemplo da invenção da máquina à vapor, os seus precursores reencarnaram entre 100 e 60 anos, aproximadamente, antes desse engenho tornar-se imprescindível à manutenção da humanidade. Como podemos compreender essa antecedência aparentemente tão longínqua?
É improvável que novas necessidades surjam de repente, sem avisar. Quando um novo desafio exige respostas compatíveis, os sinais do seu advento já estavam informando e comunicando desde muito antes de tornar-se um grande problema a ser enfrentado . Vejamos.
Na Idade Média, a expectativa de vida das pessoas não passava de 30 anos (há autores que afirmam ser de 25 anos). Na segunda metade do Século XIX, essa expectativa atingira 40 anos, ou seja, aumentara no mínimo 33%. As pessoas vivendo mais, consomem mais, demandam na mesma proporção. Com o agravante de se encontrarem cada vez mais concentradas nos meios urbanos. Portanto, nos trezentos anos que separam uma estatística da outra, os métodos de produção, distribuição e consumo tiveram que ser profundamente alterados. E isso não aconteceu num curto espaço de tempo. Vários acontecimentos menores se somaram ao longo tempo para permitir a revelação das novidades tecnológicas, como a máquina de Watt. Então, um desafio de grande envergadura, que somente iria manifestar-se efetivamente em meados do Século XIX, começou a ser "pensado", por assim dizer, muito antes de alguém o conceber. Quando foi percebido e tornado consciente compondo a mentalidade, as respostas aos desafios que trouxera já estavam elaboradas e efetivadas.
Como tudo informa e comunica permanentemente, as pequenas alterações diárias no cotidiano das pessoas, como seu hábitos, costumes, qualidade de vida, melhorias em geral, começam a convergir como pigmentos de um pintura e, depois de um certo tempo, permitem vislumbrar esboços de cenários que se tornam, gradativamente, mais nítidos. Quando um artista inicia uma obra, normalmente registra primeiro o esboço, através de traços simples e provisórios. Aos poucos, vai acentuando os traços definitivos, até revelar definitivamente o que está por trás do seu objetivo de representar algo. Pois, historicamente falando, não é diferente. Mutatis mutandis, cada alteração que fazemos nos afazeres cotidianos compõe, gradativamente, novos horizontes, da mesma forma que os pigmentos de uma pintura artística. Aos poucos, as novidades alcançadas pelo esforço de cada indivíduo são fundadas e jogadas nas redes sociais e espirituais, informando e comunicando a todos, simultaneamente, na forma de vasos comunicantes que, pelo processo de polimerase, desencadeia grandes alterações de mentalidade em face dos novos conhecimentos produzidos nos segmentos das redes. Em determinadas épocas, quando tais "pigmentos" alcançam uma certa maturação, indivíduos capacitados a produzir grandes sínteses, pelo grande poder de empatia que detêm, pragmatizam a novidade na forma de descobertas, invenções e inovações.
Esses indivíduos capacitores não estavam naqueles locais e épocas por acaso. É como se tivessem recebido "convites" para comparecem naqueles cenários e desempenharem papéis específicos, em face de seus talentos e habilidades.
(continuaremos.....)

8 comentários:

Rodrigo disse...

No exemplo da máquina a vapor citado, o capacitor encarnou mais de um século antes de a necessidade evidente do invento ser realmente usado na produção que pode seciar a demanda da civilização. Hoje, as mudanças ocorrem com muito mais velocidade em todos os sentidos, tecnológico, moral, etc.
Como, no processo reencarnatório limitado pela temporalidade os capacitores que nascem para atender as necessidades atuais, acompanham as mudanças cada vez mais rápidas?

Rodrigo disse...

Se nossos pensamentos e ações alimentam a grande rede que é o extramental, e assim são identificadas nossas necessidades. Podemos penser que a humanidade evolui num sentido em que são sanadas essas necessidades.
Como podemos ver um "comando" do Creador, ou de espíritos superiores que nos auxiliam nesse contexto do extramental na caminhada evolutiva da humanidade?

Rui Simon Paz disse...

Rodrigo, entendo que o "comando" do Creador revela-se pelo princípio inteligente que está na essência do espírito. Como tudo é inteligente, toda informaçpão-comunicação é inteligente e, portanto, inteligível. Creio que os espíritos superiores auxiliam na medida em que passam a preparar os espíritos reencarnantes, para que cumprar com eficiência a missão que lhes coube.

Rui Simon Paz disse...

Quando novas necessidades começam a surgir no cenário, na forma de "pigmentos", conforme a analogia qu usei, esta informação-comunicação não só alcança espíritos com possibilidade de reencarnar e respondar aos novos desafios, mas também permite a lateração genética daqueles que estarão reencarnado, predipondo-os ao ritmo do tempo em que farão a sua experieência reencarnatório. É o chamado encadeamento alélico. Novo pares de alelos se combinam na composição genética dos novos indivíduos reencarnantes. Isso, talvez, explique a surpreendente facilidade que as novas gerações têm para interagir com as novidades tecnológicas.

Cristina Polli disse...

Professor, o conceito de Extramental se confunde ou não com o de Rede? Se não se confunde, como eu componho essa diferença? Quando eu alcanço o Extramental e faço revelações para mim, isso estaria dentro do processo mediúnico ou seria anímico? Eu alcanço o extramental por um processo “semelhante” ao da intuição?

Rui Simon Paz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rui Simon Paz disse...

O extramental circula pelas redes. é informação e comunicação de tudo que está no "ar", por assim dizer, mas que ainda não se revelou a título de mentalidade. A rede é o veículo que carrega a informação e comunica. Tudo é mediúnico. Alcançamos o extramental pela intuição. É assim que os grandes capacitores concebem, percebem e tornam conscientes as descobertas, invenções e inovações que estavam , por assim dizer, dispersas no extramental. É assim que entendo processo.

Cristina Polli disse...

Obrigada!