quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Extramental e a Mentalidade no Processo Histórico





















As descobertas e invenções não são obras do acaso
Rui Simon Paz
Cada período Histórico, conhecido como Era, caracteriza-se por um conjunto de símbolos, signos, significantes e significados, próprios àquele contexto e que compõem a macrocultura, portanto, a mentalidade. É da mentalidade que partem todas as ações humanas, na busca da superação dos desafios impostos pela existência.
Por exemplo, a descoberta e a invenção da máquina à vapor, por Thomas Newcomen, em 1698, utilizada inicialmente na drenagem do acúmulo de água nas minas de carvão de Staffordshire, Inglaterra, foi aperfeiçoada por James Watt, em 1765 e, em seguida, incorporada aos processos produtivos, permitindo grandes avanços na produtividade e ganhos em escala, ou seja, mais produção em tempos cada vez menores. Ora, sem esses avanços, provavelmente a sociedade européia não conseguiria suprir as crescentes necessidades de consumo de uma população que se tornara gradativamente urbana, concentrada em exíguos espaços geográficos. Esses desafios tornaram-se imperativos, principalmente, a partir de meados do século XIX, portanto, mais de 100 anos depois da invenção. Mas, no Século VIII, as comunidades ainda eram predominantemente agrícolas, os métodos de subsistência eram artesanais, porém, suficientes para suprir as necessidades básicas de seus contemporâneos. Portanto, é muito pouco provável que, naquela época, alguém previsse o esgotamento dos meios de produção. Não havia símbolos signos capazes de descrever tal situação, portanto, ainda não aflorava na mentalidade. No entanto, o precursor da mecanização dos processos, Newcomen, reencarnou em 1663, ou seja, mais de 130 anos antes do possível declínio dos métodos artesanais de produção, distribuição e consumo. James Watt, que aperfeiçoou o invento e tornou possível sua assimilação econômica, reencarnou em 1736, portanto, mais de 60 anos antes. O surpreendente de tudo isso, é que se esses capacitores não tivessem vindo com a antecedência suficiente para fazerem a descoberta, a invenção, a inovação e a pragmatização do conhecimento, provavelmente, a sociedade européia não teria tempo suficiente para corrigir os métodos e torná-los aptos ao atendimento das novas necessidades e evitar a hipossuficiência em larga escala, que levaria à fome e à miséria grandes parcelas da população e, por consequência, às guerras fratricidas.
Como nada é por acaso, vamos refletir sobre isso numa próxima oportunidade. Isto é, o que permite que espíritos capacitores reencarnem com missões pontuais, mais de século antes do aparecimento do problema?

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